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01
Junho

Projeto investiga o reúso do efluente do Polo e a transferência de tecnologias limpas para a Corsan



A Universidade Feevale, em parceria com a Superintendência de Tratamento de Efluentes Líquidos e Resíduos Sólidos da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan/Sitel) e o Comitê de Fomento Industrial do Polo (Cofip) do Polo Petroquímico de Triunfo (RS), iniciou neste semestre uma pesquisa para o tratamento de efluentes do Polo. O projeto Reuso- Fase II tem o intuito de continuar as investigações da aplicação de processos de separação de membrana (eletrodiálise reversa - EDR e osmose reversa - OI) no tratamento do efluente do polo petroquímico de triunfo. 

A pesquisa emprega tecnologias que permitem a recuperação e o reuso da água no processo produtivo das empresas associadas do polo, visando à recuperação e à redução da captação de recursos hídricos. Essa redução se dará por meio do reaproveitamento dos efluentes industriais das empresas parceiras do Cofip -  Arlanxeo, Braskem, Hexion, Innova, John Deere, Masisa, BRK Ambiental, Oxiteno, Polo Films e White Martins, as quais, juntas, empregam cerca de 8 mil pessoas nas cadeias produtivas de suas 13 plantas industriais. O valor total do investimento no projeto será de R$ 542 mil, sendo R$ 342 mil por parte do Cofip e R$ 200 mil da Corsan/Sitel. Esse montante contempla equipamentos e bolsas para acadêmicos do mestrado em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais da Feevale.

De acordo com o coordenador do Reuso – Fase II, Marco Antônio Siqueira Rodrigues, o projeto de pesquisa busca aplicar, em escala piloto, a osmose reversa e a eletrodiálise reversa no tratamento terciário do efluente EUDS da Corsan/Sitel/Pólo Petroquímico, relacionando a qualidade do efluente tratado com as condições operacionais dos processos e a durabilidade das membranas – equipamentos utilizados para o tratamento. “Entende-se que, pelo volume tratado nesta estação e pela caraterística do efluente tratado (esgoto + efluente petroquímico), o desenvolvimento do projeto vai contribuir significativamente com o aumento do conhecimento científico nesse tema, mas, também, na aplicabilidade dessas tecnologias nesse tipo de efluente”, explica.

Outro fator de grande relevância, segundo Rodrigues, é que o projeto é desenvolvido em uma estação da Corsan e, portanto, tem participação efetiva de seus funcionários, o que proporcionará um momento único de transferência e aplicação, para a companhia, dessas tecnologias. “Importante salientar que, nas companhias nacionais de saneamento, o emprego dessas tecnologias ainda é muito incipiente, um pouco por causa do preço, mas muito, pela falta de conhecimento dos gestores. Em nível mundial, seu emprego aumenta a cada dia, devido à qualidade de água produzida e porque o seu uso evita a contaminação dos rios”, avalia. O projeto buscará, ainda, avaliar o tratamento dos concentrados gerados nos processos de separação de membrana, que será realizado por intermédio de uma tese de doutorado no programa de pós-graduação em Qualidade Ambiental da Feevale.

Corsan pretende, com o projeto, diminuir a captação de água da Bacia do Caí

Em termos de consumo de água captada em manancial e distribuída para cidades, pode-se considerar que cada 36 m³/h ou 36 mil litros por hora são suficientes para abastecer mil unidades habitacionais domiciliares. Com uma redução em 500 m³/h do volume de água captada da Bacia do Caí, seria possível atender a 14 mil unidades habitacionais domiciliares. Com base em referência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o Rio Grande do Sul, de 3,1 pessoas por domicílio, essa redução contemplaria o pleno atendimento ao consumo de 90%, ou 450 dos 497 municípios gaúchos que têm uma população abaixo de 43.400 pessoas. 

Sobre o tratamento de efluentes por meio de osmose reversa e eletrodiálise

A Universidade Feevale vem desenvolvendo, nos últimos anos, tecnologias nacionais para o tratamento de efluentes por meio de técnicas de separação por membranas e processos oxidativos avançados. Essas técnicas proporcionam uma alta qualidade do efluente tratado, pois retiram com mais eficiência os compostos tóxicos dos efluentes, o que possibilita a reutilização destes pela indústria. Os estudos são desenvolvidos no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Limpas, no âmbito do Laboratório Aquário. O projeto Reuso - Fase II tem a coordenação do professor Marco Antônio Siqueira Rodrigues.

Fonte: feevale.br


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