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23
Maio

Entrevista: Paula Santos relata o desenvolvimento do Projeto Reúso



Iniciado em 2014, o projeto de Reúso de Efluentes Industriais do Polo Petroquímico está na segunda fase. Nessa etapa, que iniciou em abril do ano passado e irá até março de 2020, o Comitê de Fomento Industrial do Polo (Cofip), a Feevale e a Corsan estão dando continuidade ao estudo.

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Quatro pesquisadores trabalham no projeto sob orientação do prof. Dr. Marco Antonio Siqueira Rodrigues. Entre eles, está Paula Gonçalves Santos, engenheira química e mestre em Engenharia com ênfase em Meio Ambiente. Paula, que é engenheira de Meio Ambiente na Innova e vice-coordenadora do Comitê de Gestão Ambiental do Cofip, é também doutoranda do Programa de Pós Graduação em Qualidade Ambiental do Projeto de Reúso.

“O ganho para a sociedade é incalculável e trabalhar para a proteção dos nossos recursos hídricos é gratificante”, destaca Paula. É ela que, na entrevista abaixo, explica como a iniciativa de tratar e reutilizar o efluente do Polo é desenvolvido. Confira:

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Como o projeto Reúso ocorre na prática?

Paula Santos -
Somos quatro pesquisadores trabalhando sob orientação do Prof. Dr. Marco Antonio Siqueira Rodrigues. Os três mestrandos são responsáveis em desenvolver o processo de reúso de efluente propriamente dito, descobrindo a melhor tecnologia a ser instalada no Polo e as melhores condições operacionais. As tecnologias de osmose reversa e eletrodiálise foram avaliadas na primeira fase do projeto, no Centro de Tecnologias Limpas da Universidade Feevale e apresentaram resultados promissores. Nesta fase atual, uma unidade-piloto foi instalada no Sitel para operação do sistema de forma contínua. Além da osmose reversa e eletrodiálise, estamos avaliando o pré-tratamento e novas tecnologias, como microfiltração e ultrafiltração.

Quando se utiliza um sistema de tratamento por membrana, você tem um efluente entrando no processo, uma água clarificada ou desmineralizada sendo gerada e retornando às empresas e um efluente concentrado em menor volume para ser novamente tratado. A minha tese de doutorado investiga o tratamento desse efluente concentrado, buscando o zero liquid discharge (zero descarte de líquido), com reaproveitamento do sólido gerado. Estamos avaliando tecnologias simples, como precipitação e evaporação, e tecnologias mais complexas, como destilação por membrana. Existe pouca pesquisa nesta área e as existentes são geralmente para solidificação e aproveitamento de um composto como, por exemplo, do cloreto de sódio. Nosso desafio é entender como diversos compostos químicos misturados se comportam frente a essas tecnologias, separá-los e reaproveitá-los de forma sustentável.

Quais são as inovações da iniciativa?

Paula Santos -
Com esse projeto o Polo busca cada vez mais reduzir seus impactos ambientais, desde a captação da água utilizada no complexo até a disposição de seu efluente tratado. O tratamento de água com membranas já é conhecido mundialmente, mas o tratamento de efluentes com essa tecnologia é inovador. Para a academia, desenvolver essa pesquisa é um grande desafio, pois as pesquisas existentes trabalham com poucos compostos (soluções sintéticas) e nós estamos trabalhando com um efluente industrial complexo. O ganho para a sociedade é incalculável e trabalhar para a proteção dos nossos recursos hídricos é gratificante.

Esse modelo servirá de inspiração para outras empresas e centros de pesquisas, pois desse estudo diversos artigos científicos serão publicados a nível mundial.


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